BRASIL

Indústria de caminhões e ônibus não repetiu as vendas do mesmo trimestre de 2012

Crédito Divulgação Internet

20/04/2023

Desta vez, a introdução da legislação Proconve P8 (ou Euro 6), iniciada neste ano, não gerou a mesma antecipação de compras que ocorreu como em 2012, quando a indústria automobilística brasileira adotou a Euro 5. Há pouco mais de dez anos as empresas transportadoras anteciparam a compra de novos caminhões e ônibus no ano precedente para evitar os naturais maiores custos exigidos pela nova tecnologia, o que levou aos recordes de produção de 223.600 caminhões e 49.369 ônibus.

Em 2022, a mudança de legislação do Proconve, em busca de um ambiente mais saudável para o País, não provocou o mesmo frenesi entre os clientes e a indústria vendeu 124.584 caminhões e 21.860 ônibus, praticamente a metade.

Para os executivos da indústria automobilística participantes do Fórum de Veículos Comerciais 2023, organizado pela AutoData Editora, entre os dias 17 e 18 de abril, como Fábio Ferraresi, diretor da Power System Research, os patamares de produção registrados em 2012 somente voltarão a ocorrer em cinco ou seis anos, quando o mercado brasileiro deverá necessitar de mais caminhões e ônibus.

Por enquanto, os executivos da indústria estimam que só no segundo semestre o mercado deverá iniciar a recuperação. Por enquanto, restará esperar pelo nível de aceitação dos novos preços dos veículos pelo mercado, em função dos benefícios que a norma Euro 6 proporcionará compensando os transportadores com economia de combustível, menor nível de poluição e melhor desempenho dos veículos.

Para este ano, a previsão da indústria é um mercado com a previsão de 150 mil veículos, entre caminhões e ônibus.

Mas, no longo prazo, Ferraresi prevê um cenário positivo para o Brasil em termos de venda de veículos comerciais. Destacou que o agronegócio, com a previsão da safra de 309 milhões de toneladas de grãos para este ano, apesar de também enfrentar algumas dificuldades como a indústria automobilística, como o acesso difícil ao elevado custo do crédito e a transição para o Euro 6, que aumentou os preços dos veículos entre 20% e 30%, deverá necessitar de renovação de frota. E que, em dez anos, estão previstas 370 milhões de toneladas de grãos para serem transportadas, exigindo mais caminhões para o transporte.

Marcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, informou que o primeiro trimestre é importante para a indústria automobilística, porque indica como será o ano. E que o mês de março foi marcado por oito fábricas paralisadas e dois turnos desativados, o que talvez tenha um efeito pior do que uma simples paralisação.

As vendas de caminhões se mantiveram estáveis em março, com 10.051 unidades emplacadas, com aumento de 24% sobre fevereiro deste ano, com 8.108 caminhões. Mas a média diária de vendas foi 3% inferior a fevereiro e 4,4% menor que março de 2022.

No primeiro trimestre, o crescimento nas vendas foi de 6,6%, com 28.616 veículos emplacados, ante os 26.852 vendidos no mesmo período de 2022. Do total de caminhões vendidos até março, mais de 94% foram dos modelos Euro 5.

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