BRASIL

Mercado brasileiro de ônibus acumula queda de 10,9% em 2021

Crédito Divulgação Marcopolo

O desempenho da indústria brasileira de ônibus segue em ritmo ainda inferior ao registrado no ano passado e bem abaixo da média histórica de produção de carrocerias. Segundo dados divulgados pela Fabus (Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus), o volume fabricado no acumulado dos oito primeiros meses deste ano foi de 10.949 unidades, 10,9% menor do que no mesmo período de 2020 (12.289 unidades).

Apesar de o mercado continuar com demanda reprimida, dois segmentos – Rodoviários e miniônibus – apresentaram crescimento ao longo do ano e demonstram a possibilidade de recuperação a partir do último trimestre. O de Rodoviários cresceu 9,9%, com 3.017 unidades comercializadas, contra 2.745 unidades no mesmo período do ano passado. A demanda se mantém puxada pelo setor de fretamento, para o qual foram entregues 1.082 unidades no período, contra 548 unidades em 2020.

O segmento de miniônibus cresceu 64,3%, pulando de 1.405 unidades em 2020 para 2.308 unidades de janeiro a agosto deste ano. O resultado também foi impulsionado pela demanda do fretamento.

Na contramão, Urbanos foi o segmento que apresentou maior queda, com desempenho 39,8% inferior (3.718 unidades contra 6.172 unidades no ano passado). A crise que afeta os operadores de transporte coletivo público, ainda decorrente do impacto da pandemia, é o principal motivo para a baixa renovação de frota. Já os micro-ônibus apresentaram estabilidade, com 1.906 unidades produzidas em 2021, contra 1.907 unidades no ano anterior

Marcopolo, a líder com 60% de participação

Entre as marcas, a Marcopolo manteve a liderança de mercado, com 6.632 unidades e 60% de participação de mercado na produção total brasileira, com queda de 9,6% em relação às 7.340 unidades produzidas no ano anterior. A fabricante de Caxias do Sul registrou queda de 10,5% no mercado interno, com 5.342 unidades vendidas, contra 5.972 unidades nos oito primeiros meses de 2020, mas manteve praticamente estável as exportações, com 1.290 unidades este ano, contra 1.318 unidades no ano anterior.

A Caio Induscar aparece em segundo, com 1.706 unidades e apenas 16% de participação, bem inferior às 2.389 unidades fabricadas no mesmo período de 2020. Com linha de produtos focada no segmento de Urbanos, a marca foi severamente atingida pela queda de demanda interna e externa. No ano passado, nos oito primeiros meses, a Caio havia fornecido para operadores nacionais 2.256 unidades e exportado 499 unidades (contra apenas 1.478 unidades no Brasil e 88 para clientes do exterior neste ano).

A surpresa é o crescimento de 67,8% da Busscar que saltou de 286 unidades de janeiro a agosto de 2020 para 480 unidades no mesmo período deste ano. A marca, focada apenas nos segmentos de Rodoviários e fretamento, já ocupa a segunda posição neste nicho, com 25% de participação. No ano passado, a fabricante de Joinville detinha apenas 13% de market-share entre os Rodoviários. As exportações também cresceram 31 vezes, com 93 unidades fornecidas a clientes internacionais, contra apenas 3 unidades em 2020.

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