AMÉRICA DO SUL

Peru cria grupo de trabalho multissetorial para padronizar combustíveis

Crédito Divulgação Internet

16/08/2023

O governo peruano criou um grupo de trabalho multissetorial para padronizar os combustíveis no país. Em caráter de urgência, deve aprovar um cronograma de uso e comercialização de combustíveis com teor de enxofre não superior a 10 ppm.

“Este grupo de trabalho recentemente formado é um grande avanço, significa que o Governo considera que esta é a forma mais adequada, responsável e transparente de dispor de instrumentos técnicos regulamentares, visando a melhoria da qualidade ambiental do ar em prol da promoção de um ambiente mais sustentável de transporte para todos os peruanos”, disse Ellioth Tarazona, gerente técnico da Associação Automotiva do Peru (AAP).

Entre as tarefas mais urgentes está a atualização das disposições que regulam o uso e comercialização de combustíveis com teor de enxofre não superior a 10 ppm (indicador de medição de poluição), para que o Peru possa importar e comercializar veículos que atendam a norma de emissões Euro 6.

A expectativa é que, em breve, esse grupo tenha resultados positivos na definição da matriz energética do país. “Seria o melhor sinal de que o governo está tomando medidas firmes para melhorar o meio ambiente em nosso país e fazer com que o Peru deixe de ser classificado como o país com maior poluição ambiental da América Latina”, disse o especialista.

Sobre a necessidade de haver um calendário de utilização e comercialização de combustíveis, Tarazona explicou que, de acordo com a regulamentação vigente, a partir de outubro de 2024 entrará em vigor a obrigatoriedade de importar veículos que cumpram a norma de emissões Euro 6 no Peru, mas o país ainda não terá combustíveis adequado, pois segundo os fabricantes de veículos são necessários pelo menos 2 anos para adaptar suas linhas de produção e atender aos requisitos da norma Euro 6.

VI.não poderemos contar com combustível adequado; Esta grave situação tem sido apontada pelo próprio MINEM através da Direcção Geral de Hidrocarbonetos. “Por esta razão, é necessário que este grupo de trabalho aprove o mais rapidamente possível um novo calendário de utilização e comercialização de gasóleo, gasolina e gasóleos com teor de enxofre não superior a 10 ppm, declarando sinceramente os termos em que serão estar à disposição dos usuários” salientou, após apontar que “uma vez disponíveis as datas reais de disponibilização do uso e comercialização destes combustíveis no país, a data de entrada em vigor da norma que obriga todos os veículos novos que ingressam no país cumpre a norma Euro 6/VI”.

Segundo a AAP, a entidade tem destacado que não adianta importar veículos com tecnologia Euro 6, sem ter o combustível adequado, pois a baixa qualidade afeta e prejudica o funcionamento dos sistemas de controle de poluentes a tal ponto que, a médio prazo, os veículos Euro 6 acabam por poluir o mesmo ou mais do que os veículos com tecnologia inferior à Euro 4, afectando a saúde da população e o meio ambiente.

Além disso, existe o risco de a oferta automotiva ser significativamente reduzida, já que, para importar novos modelos de veículos com padrões de emissão mais avançados, as fábricas internacionais devem adaptar suas linhas de produção com pelo menos dois anos de antecedência para atender à regulamentação de cada país, razão pela qual o mercado exige previsibilidade quanto à disponibilidade dos combustíveis necessários.

A AAP salientou que ainda falta mais de um ano para o prazo estabelecido para a importação de veículos novos Euro6 e que a norma que estabelece a obrigatoriedade da utilização e a comercialização de combustíveis com teor de enxofre não superior a 10 ppm não é novidade, pois entrou em vigor em maio de 2021, mas até agora, dois anos depois, não houve qualquer avanço concreto do Governo para garantir o cumprimento.

“Como representantes da sociedade civil, estaremos atentos às suas decisões e reiteramos a oferta às autoridades do conhecimento e experiência dos nossos técnicos e especialistas. Estamos à disposição no momento em que formos convocados”, disse o executivo. “Agora o que exigimos é a implementação de medidas rápidas, realistas e eficientes que nos permitam dinamizar a economia do nosso país e sobretudo melhorar a qualidade do ar do nossas cidades em benefício da saúde da população”, finalizou.

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