BRASIL

Produção brasileira de caminhões cai 3,1% no primeiro semestre

Crédito Divulgação Pedro Tesch

14/07/2025

O mercado brasileiro de caminhões fechou o primeiro semestre com crescimento de 3,1% na produção, que somou 66.371 caminhões, em comparação com os 64.391 veículos fabricados nos seis meses de 2024. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), no acumulado de janeiro a junho, o setor ainda fechou com desempenho positivo, mas, apesar do aumento, o segmento começa a demonstrar sinais de queda no ritmo, com redução de 8,4% no volume fabricado em junho (11.293 unidades, contra 12.327 produzidas no mês anterior. Na comparação com junho de 2024 (12.236 veículos) a queda foi de 7,7%.

A queda na produção brasileira de caminhões em junho em relação a maio deste ano ocorreu devido à adequação das fábricas à menor demanda, principalmente de caminhões pesados. De acordo com Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea, a alta taxa de juros do mercado brasileiro está impactando osegmento, fazendo com que as fábricas tenham que adequar a sua produção. ”O crescimento registrado no primeiro semestre foi puxando pelas exportações, principalmente para a Argentina.”

Principal segmento da produção brasileira, Pesados apresentou a maior queda no semestre, com 13,0% de retração e 33.758 unidades fabricadas em relação aos 38.785 veículos do mesmo período de 2024. O vice-presidente da Anfavea disse que, em 2024, os pesados representaram 52% na produção e, agora, representam 45%.

Em contrapartida, os semipesados registraram aumento de 30,6% na produção, com 19.991 unidades, contra de 15.312 de janeiro a junho do ano passado. O segmento de médios foi o que mais cresceu, 158,1%, com 3.440 veículos, contra 1.330 do primeiro semestre de 2024. Já os leves cresceram 2,5%, com 8.733 uidades (8.519) e a produção de semileves alcançou elevação de 1,6%, 449 unidades (442).

Venda em queda

No acumulado de janeiro a junho deste ano, as vendas de caminhões registrou retração de 3,5%, com 54.754 unidades, em comparação com os 56.767 veículos vendidos nos seis meses de 2024. Para o executivo da Anfavea a queda nas vendas é efeito da alta taxa de juros ao mercado de caminhões, principalmente para o segmento de pesados, que vem tendo maior postergação de compras porque o financiamento está inviável.

No desempeno mensal, o mercado de caminhões registrou em junho o terceiro mês consecutivo de queda, com 8.511 veículos comercializados no país. Esse volume é 7,0% inferior a maio deste ano (9.149 unidades) e 14,7% abaixo de junho do ano passado (9.982 unidades).

Do total de caminhões vendidos nos seis meses deste ano, 24.708 unidades são de modelos pesados, 16,0% abaixo dos 29.418 vendidos de janeiro a junho de 2024. Em semipesados, foram 16.984 unidades, com crescimento de 12,0% em relação às 15.164 unidades do primeiro semestre de 2024. Já o segmento de Médios teve aumento de 23,5%, com 5.305 veículos (4.294 unidades), o de leves cresceu 3,1%, com 4.738 unidades (4.596), e o de semileves caiu 8,4%, com 3.019 veículos, contra 3.295 nos primeiros seis meses de 2024.

VWCO líder

A Volkswagen Caminhões e Ônibus fechou o semestre na liderança do mercado, com a venda de 14.169 caminhões, 1,0% a mais que no mesmo período de 2024 (14.026 unidades). A Mercedes-Benz ficou em segundo lugar, com 12.909 veículos comercializados, 13,2% acima dos seis meses de 2024 (11.402 unidades), e a Volvo, em terceiro, com 9.728 veículos vendidos, 4,6% abaixo de janeiro a junho de 2024 (10.201 unidades).

Entre as demais marcas, a Scania ficou em quarto, com 6.734 caminhões e queda de 28,9% em comparação com os 9.472 veículos dos seis meses de 2024, a Iveco em quinto lugar, com 4.046 unidades e aumento de 8,9% (3.716 unidades), e a DAF, em sexto, com 3.926 veículos e queda de 14,7% em relação às 4.600 unidades vendidas no primeiro semestre do ano passado.

Exportações sustentam o crescimento da produção de caminhões

As exportações brasileiras de caminhões registraram crescimento de expressivos de 91,0%, com 13.444 unidades, em comparação com os 7.040 veículos exportados nos seis meses de 2024.

O maior volume exportado foi de caminhões pesados, com 8.250 unidades, aumento de 98,5% sobre os 4.156 veículos de janeiro a junho de 2024. De modelos semipesados, foram 2.986 unidades, 53,6% superior aos 1.944 veículos exportados no primeiro semestre do ano passado. O maior crescimento foi alcançado pelo segmento de Médios, 218,8%, com 444 unidades, contra 133 no mesmo período do ano passado, Já os leves tiveram crescimento de 163,8%, com 1.649 veículos, contra 635, e o de semileves foi o único com redução de 25,8%, com 135 unidades, contra 182 até junho do ano passado.

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