BRASIL

Produção brasileira de caminhões segue baixa

Crédito Divulgação Internet

11/08/2023

A produção brasileira de caminhões continuou, em julho, em um ritmo bem menor do que em 2022. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), foram fabricadas 6.749 unidades, 47% a menos que as 12.724 unidades de julho de 2022, e 4% a menos que os 7.029 veículos de junho deste ano.

No acumulado de janeiro a julho, a produção deste ano recuou 36,2%, com 53.922 unidades, contra 84.496 unidades fabricadas no mesmo período do ano passado. “O mercado de caminhões continua impactado pela baixa demanda, muito aquém do desejado e esperado pelo setor”, destacou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

Do total de caminhões produzidos de janeiro a julho, 52,6% são do segmento de pesados (28.362 unidades), que continuam impulsionando as vendas. Em seguida estão os semipesados, com 14.874 veículos (27,6%), os leves, com 8.056 unidades (14,9% da produção), os médios, com 1.850 veículos (3,4%) e os semileves, com 780 unidades e 1,4 % de participação na produção total.

Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea, comentou que o mercado de caminhões ainda sofre o impacto do Proconve P8. “A produção está baixa devido à menor demanda e as fábricas estão tendo que adaptar suas linhas a esse cenário.”

Vendas

As vendas de caminhões também estão abaixo das de 2022. No acumulado do ano, a queda é de 11,9%, com 60.917 veículos emplacados, contra 69.159 unidades nos sete primeiros meses de 2022. Em julho, as vendas caíram 27,6% na comparação até julho de 2022, com 8.370 veículos matriculados (11.554 unidades). Em relação a junho deste ano, houve crescimento de 6,2% sobre as 7.884 unidades vendidas anteriormente.

Bonini destacou que as vendas mensais têm se mantido em um volume estável, entre 8.500 e 7.500 unidades, mas em um patamar muito baixo em relação aos anos anteriores e que isso é um efeito do Proconve P8.”

Nas exportações, o volume enviado ao mercado externo continua menor que no ano passado. No acumulado do ano, a queda é de 27,7%, com 9.514 unidades ante as 13.155 exportadas de janeiro a julho de 2022. Segundo a Anfavea, foram 4.467 caminhões pesados, 2.663 semipesados, 1.206 leves, 673 semileves e 505 médio. Em julho também houve queda em relação a julho de 2022, com 1.352 unidades contra 2.017 veículos e 2,7% em relação a junho (1.389).

Segundo a entidade, são vários os motivos para essa queda. Para a Argentina, as exportações caíram 2,6% de janeiro a julho de 2023, mesmo com o crescimento de 12% do mercado interno. “Isso aconteceu porque o governo da Argentina criou recentemente um imposto de 7,5% para as importações do Brasil, o que tem impactado o fluxo das exportações, e é flagrantemente contrário ao acordo bilateral entre os dois países, já que é um imposto de importação disfarçado de outro denominação. É um custo extra para o exportador brasileiro colocar seu produto na Argentina”, disse o presidente da Anfavea.

Segundo Leite, o imposto inicialmente criado pelo governo argentino era apenas para carros de luxo, de até US$ 25 mil, e foi estendido a todas as exportações para o mercado daquele país. “Isso tem um impacto considerável na competitividade dos produtos brasileiros no mercado argentino e tem sido objeto de conversas com o governo brasileiro.”

No Chile, a queda foi de 61% e se deve ao expressivo crescimento dos produtos asiáticos. Para a Colômbia, cujo mercado caiu 60%, as exportações caíram 42%.

Somente para o México as exportações cresceram de janeiro a julho de 2023, com alta de 89%. “Não fosse esse bom resultado do México, a queda nas exportações teria sido maior”, destacou Leite.

Classificação

No ranking do setor, a Volkswagen Caminhões e Ônibus manteve a liderança, com 15.569 caminhões vendidos de janeiro a julho de 2023, resultado 22,6% inferior ao mesmo período de 2022 (20.121). O segundo lugar ficou com a Mercedes-Benz, que teve 13.482 veículos vendidos no país, volume 19,6% inferior aos sete meses de 2022 (16.775 unidades).

A Volvo ficou em terceiro lugar com 10.619 caminhões vendidos até julho, o que significa 20,7% abaixo do mesmo período de 2022 (13.398 unidades), e a Scania em quarto lugar com 6.009 veículos, 6,8% a mais que em janeiro e julho de 2022 (5.628 unidades).

A Iveco, em quinto lugar, vendeu 5.784 veículos, 7,2% a menos que nos sete meses de 2022 (6.235 unidades). A DAF, sexta colocada, vendeu 4.308 caminhões, 17,4% a mais do que no mesmo período do ano passado (3.669 unidades).

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