Crédito Divulgação Scania
26/06/2024
A Scania Latin America anuncia novo ciclo de investimentos no Brasil de R$ 2 bilhões (USD 370 milhões) para o período de 2025 a 2028. Presente no país há 67 anos, montadora sueca inicia a preparação industrial para fabricação de chassis de ônibus elétricos. Os recursos de R$ 2 bilhões programados para o período de 2025 a 2028 – vão se somar ao ciclo de R$ 1,4 bilhão desembolsado em projetos realizados entre 2021 e 2024 – e darão continuidade a projetos que reforçam tecnologias para a descarbonização do ecossistema de transportes
A Scania cumpre os principais requisitos da Nova Indústria Brasileira (NIB), com inovação, tecnologia e uma indústria sustentável, verde, que lidera a descarbonização, com veículos elétricos, a gás e com biodiesel. Trata-se de uma empresa altamente competitiva, que faz 115 caminhões pesados e ônibus por dia e exporta para países da América Latina e de outros continentes.
O presidente e CEO da Operação Industrial da Scania, Christopher Podgorski, ressaltou que o polo industrial em São Bernardo do Campo/SP abrange uma área de 427 mil metros quadrados e contém o que existe de mais avançado na indústria. “São nove fábricas operando conjuntamente para produzir caminhões, ônibus, motores industriais, marítimos e para geração de energia, todas elas constantemente atualizadas”, informou. “Graças a nossa estratégia de Sistema de Produção Global e, ainda, o exclusivo Sistema Modular Scania conseguimos incorporar novas tecnologias às plataformas de produto recém introduzidas, como agora estamos fazendo com a plataforma para chassis para ônibus elétricos.”
Segundo o executivo, o início da adequação da Unidade Industrial para produção das soluções de transporte sustentável foi em 2018, ano em que foi introduzida, no Brasil, a Nova Geração de caminhões Scania. De lá para cá, os investimentos foram direcionados, entre outros projetos, para a industrialização dos motores a gás e biometano, da Nova Geração de ônibus (2022) e também ao recém-lançado trem de força (2022) – batizado de Super –, iniciativa que levou a ampliação da Fábrica de Motores da empresa. “Agora, o foco é incrementar a jornada da transformação com a eletrificação,” diz Podgorski.
“Estamos saindo do predomínio de 120 anos do setor de óleo e gás, ou seja, é um desafio implementar alternativas às fontes de energia fósseis considerando custo e escala na velocidade que precisamos caminhar em razão da pressão imposta pelas questões climáticas que já nos assolam no dia-a-dia”, completa.
“E, ainda, referente ao processo de descarbonização, o importante é manter o conceito do “poço-a-roda”. Quem conhece o setor de veículos pesados e a vocação do Brasil sabe que a diversidade de soluções está no centro do horizonte para uma transição concreta”, acrescentou.
Eletrificação reforça gama de Soluções Alternativas e Renováveis
Segundo o executivo, entre as rotas a percorrer para a descarbonizar o setor, o chassi elétrico para ônibus complementa as soluções já disponíveis: os motores a gás e biometano e o biodiesel 100%. “O inimigo único e comum a todos é o carbono. Para abatê-lo, considerando um país de dimensão territorial como o Brasil, seu tamanho de frota e matriz energética, é fundamental abraçar múltiplas tecnologias. A eletromobilidade se encaixa nesse contexto”, complementa.
Com um investimento de R$ 60 milhões (USD 11 milhões), a preparação industrial se inicia agora e em março de 2025 a planta de São Bernardo do Campo passará a produzir chassis para ônibus elétricos. A fábrica do Brasil será a terceira unidade global da Scania a produzir veículos elétricos. “São poucas adequações na linha, basicamente mudanças na pré-montagem, que envolve o sistema de resfriamento e de alta tensão, e da pré-montagem da estrutura que vai sustentar as baterias no lugar do motor”, diz a engenheira de processos industriais, Isabelle Diniz, responsável pelo projeto.
Os ônibus elétricos são do modelo 4×2, podem ter de 12 a 14 metros de comprimento – dependendo da carroceria – e são alimentados por até cinco pacotes de baterias. Com a absorção da nova tecnologia, a previsão é manter o nível de produção atual, com 11 chassis fabricados diariamente – sendo destes, três eletrificados. Os chassis de ônibus elétricos a serem ofertados ao mercado brasileiro serão os mesmos fabricados e comercializados atualmente na Europa – produzidos na unidade Scania localizada na Polônia.
“A pauta da sustentabilidade não pode ser adiada, e no caso do transporte ela não depende somente do veículo, mas de outras variantes, como financiamento, infraestrutura e rede de distribuição, dentre outras a serem consideradas”, comenta Podgorski.