BRASIL

Venda de ônibus elétricos têm forte crescimento no Brasil em 2025

Crédito Divulgação Marcopolo

01/08/2025

No primeiro semestre de 2025, o mercado brasileiro de ônibus elétricos registrou expressivo crescimento, com elevação de 141%. Segundo dados da Fenabrave, foram registrados 306 veículos em todo o país,  em relação às 127 unidades do mesmo período de 2024.

Em junho, 34 ônibus elétricos entraram em circulação, um crescimento de 278% em comparação com o mesmo mês do ano anterior (9 veículos). Esses números refletem o avanço da eletromobilidade no transporte público no País, impulsionado por políticas públicas, ampliação da oferta de modelos e maior comprometimento de gestores municipais com descarbonização.

A cidade de São Paulo lidera eletrificação por larga margem, com 275 unidades dos 306 ônibus elétricos emplacados no primeiro semestre, o que equivale a 90% do total nacional. Os dados evidenciam que a adoção de ônibus de emissão zero deixou de ser apenas uma tendência para se consolidar como política pública, sustentada por legislação específica e forte engajamento municipal.

A transição para ônibus elétricos em São Paulo começou na gestão do então prefeito João Doria, quando entrou em vigor a Lei Municipal nº 16.802/2018. Esta lei fixou um prazo de 20 anos, até 2038, para a emissão zero de gás carbônico (CO²) da frota paulistana de ônibus, mais redução de 95% de material particulado (MP) e de 95% de óxidos de nitrogênio (NOx).

Ao mesmo tempo, abriu uma licitação para renovar os contratos com as empresas de ônibus com base em metas anuais compulsórias de descarbonização das frotas, conforme a nova lei.

A implementação efetiva começou em 2019, com testes e contratos de operação com as concessionárias, já na gestão Bruno Covas. O maior avanço ocorreu a partir de outubro de 2022, com a decisão do atual prefeito Ricardo Nunes de proibir a entrada de novos ônibus a diesel no sistema de transporte paulistano, impulsionando a eletrificação das frotas.

Desde então, a cidade vem incorporando dezenas de ônibus elétricos ao transporte público anualmente, consolidando-se como referência nacional em mobilidade urbana sustentável. São Paulo já tinha experiência em transporte elétrico desde 1949, quando lançou a primeira rede de trólebus da América Latina. Hoje, tem 201 trólebus em operação.

Além disso, em 2009, o então prefeito Gilberto Kassab lançou uma pioneira Lei de Mudança do Clima (Lei 14.933) que, já naquela época, fixava um prazo de dez anos para a total descarbonização das frotas de ônibus. Por vários motivos, a lei não foi aplicada, o que obrigou à reprogramação dos prazos e a edição da nova Lei 16.802, em janeiro de 2018.

Outras cidades

Outras cidades do Estado de São Paulo também avançam no processo de transição de suas frotas no primeiro semestre de 2025, como São Bernardo do Campo (11 ônibus elétricos), Ribeirão Preto (4), Campinas (2) e Barueri (1), reforçando a liderança paulista em nível regional.

Nos outros Estados, embora as maiores capitais concentrem grandes frotas de ônibus convencionais, a participação de veículos elétricos ainda é baixa em relação ao total.

Entre os municípios que emplacaram ônibus elétricos no 1º semestre de 2025:

•          São Paulo/SP: 275

•          São Bernardo do Campo/SP: 11

•          Resende/RJ: 4

•          Ribeirão Preto/SP: 4

•          Salvador/BA: 3

•          Goiânia/GO: 3

•          Campinas/SP: 2

•          Taboão da Serra/SP: 2

•          Cariacica/ES: 1

•          Barueri/SP: 1

 Capitais com as maiores frotas de ônibus:

•          São Paulo (SP): 15.000

•          Goiânia (GO): 3.000

•          Brasília (DF): 2.967

•          Belo Horizonte (MG): 2.874

•          Recife (PE): 2.800

Fabricantes de ônibus

Atualmente, 10 fabricantes atuam nesse segmento no Brasil: Ankai, BYD, Eletra, Higer, Induscar, Yutong, Mercedes-Benz, Marcopolo, Volvo e VW Truck & Bus, com um portfólio de 28 modelos diferentes. No primeiro semestre de 2025, os principais fabricantes foram

•          Eletra: 105 (34,3%)

•          BYD: 95 (31,0%)

•          Mercedez-Benz: 70 (22,8%)

•          Induscar: 15 (4,9%)

•          Higer: 11 (3,6%)

•          Ankai: 6 (1,9%)

•          VW Truck & Bus: 4 (1,3%)

•          Scania: 1 (0,3%)

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